Cine-Teatro São Pedro de Alcanena
                                                            O que poderá o saber humano fazer para restaurar o seu mutilado sentido?
Cordelia, em O Rei Lear, William Shakespeare.
Mal se entra, começa-se. Mal se sai, ainda não acabou. Percorrer um espetáculo de Vânia Rovisco é como desatar a correr em todas as direções e encontrar num poro de pele o universo inteiro. É reconhecer repetindo, continuar coabitando, desenrolar acontecendo entre quatro dignidades: de pé, deitados, sentados, a caminho. Quatro maneiras de sermos plenamente nós próprios: Rovisco procura o que nos faz sentir em casa nos nossos corpos e o que nos faz percorrer o mundo. Perguntando sobre o que aflige, comove, move, agita, consola. Questionando o gesto regular de pisar o chão. Como nos deslocamos entre afazeres e entre sentidos se temos 23 anos, 5 anos, 47, 64? Como é amar, criar, falhar, divergir, escutar ou parar enquanto ação e enquanto palavra? Onde se desencontram? Onde e como encaixam? Vânia Rovisco convida-nos a uma experiência imersiva onde cada pessoa é a peça fundamental da roda que escolher.
                                                                                                                        
                                                                                                                        
                                                                                                                        
                                                                                                            Artista performativa visual, concluiu o Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea do Fórum Dança (1998-2000). Trabalhou como performer com Meg Stuart/Damaged Goods (2001-07). Desde então, tem trabalhado como freelancer em projetos de diversos artistas, como Pierre Coulibeuf, Helena Waldman, Gordon Monahan, Vera Mantero, entre outros. Tem proporcionado formação e dirigido movimento para teatro há mais de duas décadas. Fez a curadoria do 3.º Programa Avançado de Criação em Artes Performativas do Fórum Dança (2019). Desde 2006, decidiu colocar o corpo no contexto da galeria de arte, desenhando instalações e performances, o que se tornou a base da conceção do seu trabalho artístico. É cofundadora da plataforma artística AADK (2007), existente em Portugal e Espanha, e, em 2021, começou a alicerçar um espaço que acolhe várias disciplinas e práticas artísticas, comunitárias e agrícolas, 40 km a sul de Lisboa – The Plot.