Cine-Teatro São Pedro de Alcanena
                                                            O Taranto, como o palo flamenco, tem origem na região mineira de Almería. Tradicionalmente, trata-se de um cante (canto) primitivo, simples e seco, sem acompanhamento de guitarra, nascido da necessidade de cantar livremente. Nesta pesquisa cénica, uma certa nudez acompanha-nos e torna-se parte da experiência. Respeitando a estrutura do tradicional tablao, investigamos como o encontro entre dança e cante permite que o acaso se transforme em elemento de criação. A partir do silêncio, sem instrumentação, estabelece-se um diálogo entre voz e corpo, deixando que o inesperado participe. O chamado à dança explora os quejíos (lamentos) do taranto, permitindo que as coreografias se transformem por contágio, incorporando tudo o que surge do canto e da dança. Na linguagem cénica enquadrada pelas novas dramaturgias, aprofundamos a investigação do corpo e a surpresa do cante nu. Sem procurar algo concreto, surgem gestos irreverentes, humor e aleatoriedade. Dança e cante são modificados sem se romperem completamente, integrando-se, como na vida, para continuar a dançar.
                                                                                                                        
                                                                                                            La Chachi reinventa o flamenco, seguindo os passos de inovadores como Israel Galván e Rocío Molina. Atriz e bailarina natural de Málaga, formou-se em flamenco com La Lupi e explorou teatro físico, dramaturgia e dança contemporânea, integrando estas influências num estilo único desde 2008. Entre os seus trabalhos aclamados destacam-se La gramática de los mamíferos (2017), La Espera, Los Inescalables Alpes, buscando a Currito (Prémio Godot Dance 2022) e Lâs Alegrías (2025). Com o apoio de grandes salas como Teatros del Canal e Teatro Central, continua a expandir os limites do flamenco.