Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG), Minde
                                                            (Schieve significa perverso ou louco na língua tradicional de Bruxelas)
Solo de dança que explora os paralelos entre os caprichos vibrantes e nervosos do compositor italiano Paganini e a espasmofilia. No seu novo solo, To be schieve or a romantic attempt (Ser louca, ou uma tentativa romântica), Fanny Brouyaux centra-se no aspeto visceral do movimento romântico: as cordas do coração. Através do domínio rítmico das tensões físicas e mecânicas de diferentes estados emocionais — o surgimento de um soluço, a tecnicidade do tremor e do espasmo — explora o atrito entre gestos controlados e movimentos incontrolados que percorrem o seu corpo durante ataques de espasmofilia. Ex-violoncelista, perturba o olhar do espectador, jogando constantemente com a oposição entre gestos líricos e virtuosos e gestos anárquicos e impulsivos. Acompanhada por uma banda sonora que inclui vários caprichos de Paganini, a bailarina desvenda as tensões que habitam o seu corpo, partindo à procura de fósseis da emoção.
                                                                                                                        
                                                                                                                        
                                                                                                            Fanny Brouyaux é coreógrafa e bailarina, natural de Bruxelas, formada pela P.A.R.T.S. Após concluir os estudos, criou várias performances site-specific em colaboração com os músicos e artistas sonoros Christian Schreurs e Yann Leguay. Mais tarde, fundou a sua companhia Too Moved to Talk, onde criou espetáculos como On Poetry, Sport, etc., Warm e To Be Schieve or a Romantic Attempt.O seu trabalho explora frequentemente formas invisíveis de cuidado, sistemas e mecanismos emancipatórios. A nível coreográfico, centra-se na perturbação e no detalhe através da desconstrução do gesto, inspirando-se em figuras e personagens arquetípicas situadas na encruzilhada entre a dança, o teatro e a performance. Como bailarina e performer, colaborou com companhias e coreógrafos como Radical Low/Chantal Yzermans, Anania/Taoufiq Izeddiou, Nyash/Caroline Cornélis, Abis/Julien Carlier, La Peau de l’Autre/Marie Limet, bem como com Julie Bougard, Marco Torrice e Baptiste Conte.